Quarto da Alaska

 
Estava sentada no chão do meu quarto, com meus bichos de pelúcia e bonecas espalhados no chão. Acho que já era tarde. Não tinha muito barulho na casa e a lua estava no céu. Parecia um queijo branco. Do que será que a lua é feita? Acho que perguntaria isso para mamãe, ou alguma das minhas tias. Levantei com cuidado para não fazer barulho e subi em um banquinho para olhar o céu lá fora, de minha janela. — Ei, sr. Cass. — Falei para meu unicórnio de pelúcia que estava no chão. — Você algum dia vai me levar até lá? — Perguntei apontando a lua e as estrelas. Será que lá tinha unicórnios com a crina cor de arco-íris que nem o sr. Cass? Se bem que eu nunca conheci um unicórnio que nem ele. Olhei para a estante de meu quarto e lembrei-me das figuras do livro que mamãe tinha me dado de unicórnios. Peguei os meus bichinhos e fiz uma pequena pilha para pegar o livro, ficando na ponta dos pés. – Quase lá... – Falei ao esticar meu braço até o livro. Consegui! Missão cumprida.

Sentei-me com o livro em cima do sr. Cass. Folheei as páginas a procura de um unicórnio como o sr. Cass, porém senti meus olhinhos pesarem e relaxei meu corpo. Minha mente aquietou-se um pouco e comecei a dormir. Estava em um lugar com uma grande extensão de grama roxa e rosa. Um rio de chocolate passava por perto de mim, e eu abaixei-me até poder olhar para o fundo dele. Um monte de peixinhos nadava por lá, e eles mereciam ter nomes. — Você vai se chamar... Babbit. Você tem cara de Antenor. — Falei apontando para cada um deles. Do nada uma cabra puxou-me para fora do rio com sua boca e me jogou em uma árvore. Um grande morcego feio me olhou na árvore e veio com suas presas em minha direção. Gritei o mais alto que pude até acordar de fato. Olhei ao meu redor e estava em minha cama abraçada a minha coelhinha, a Elizabeth. Pisquei os olhos novamente e voltei a dormir.